Pelo que é importante que se aumente as acções de sensibilização sobre os REAs.
- De que forma é que Portugal se está a envolver em todo este processo?
Este post começa por definir “Open Access” como um espaço na internet que permite ler, descarregar, copiar, distribuir, imprimir, pesquisar ou referenciar o texto integral dos documentos. Descreve que, na sequência de outras duas conferências sobre o tema, a 3ª conferência visa aprofundar o conhecimento, a reflexão o debate e a troca de experiências sobre o Acesso Livre, contando com a participação de dirigentes universitários, investigadores e académicos, bibliotecários, gestores de repositórios e outros interessados nesta temática.
Esta preocupação pela partilha do conhecimento, pela concepção de que a inclusão científica leva a uma maior inclusão social e a um maior acesso à informação não é de hoje, mas de facto o acesso livre e os repositórios digitais, que o adoptam, viabilizam o livre fluxo de informação e a sua distribuição para um público ampliado.
- Qual é a realidade portuguesa no que diz respeito à utilização de Recursos Educativos Abertos?
- Existem, em Portugal, à semelhança de outros países, nomeadamente o Brasil, repositórios de REAs?
Este post descreve os objectivos do projecto RCAAP: aumentar a visibilidade, acessibilidade e difusão dos resultados da actividade académica e de investigação científica nacional e facilitar o acesso à informação sobre a produção científica nacional em regime de “open access”, bem como integrar Portugal num conjunto de iniciativas internacionais neste domínio. Descreve, também, a evolução do projecto RCAAP que, num espaço de quatro meses, aumentou em cerca de 50% o número de documentos. Este resultado, como é mencionado no post, é impressionante e revelador da importância e da necessidade da criação de espaços que permitam o acesso livre a recursos.
- De de que forma, em Portugal, se procuram, partilham e adaptam OERs?
Finalmente, e enquanto professora do ensino básico, procurei, também, posts que facultassem materiais de livre acesso que possam ser compartilhados, adaptados e disponibilizados aos alunos. E também aqui a tarefa se revelou difícil, porque embora existam muitos materiais disponíveis on-line, grande parte deles não permite a adaptação. No post, em baixo, é referenciado o Projecto do GAVE “Banco itens” que , no âmbito do Plano de Acção para a Matemática, disponibiliza um banco com mais de 2500 itens de Matemática, para todos os níveis de ensino. Sendo que, neste momento, já foi estendido a outras disciplinas do ensino básico.
Embora, seja possível copiar, distribuir, exibir e executar a obra, só é possível fazê-lo sob as seguintes condições: Atribuição — deve dar-se crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante; Uso Não-Comercial — não se pode utilizar esta obra com finalidades comerciais; Vedada a Criação de Obras Derivadas — não se pode alterar, transformar ou criar outra obra com base nesta.
Na página electrónica do GAVE, os alunos têm a possibilidade de testar os seus conhecimentos, respondendo aos itens. Na área reservada aos professores é possível a criação, com base nos itens disponíveis, de trabalhos para casa, fichas para aulas de substituição, entre outros. Desta forma professores e alunos encontram aqui uma ferramenta de apoio ao ensino e à aprendizagem.
Apesar da produção e utilização de Recursos Educacionais Abertos estar a expandir-se rapidamente, existem poucas utilizações reais. Como é referido numa publicação da UNESCO, Open Educational Resources: The Way Forward, “The academic community has always shared knowledge, and the scientific method and peer review processes are based upon this approach. However, the availability of content in digital format facilitates significantly its sharing and the ease of adaptation, localization and translation, should it have an open license”.
Assim, é importante que exista, não só, uma reflexão por parte da comunidade portuguesa da importância dos REAs, enquanto instrumentos para a difusão e universalização do conhecimento, mas também é necessário passar-se à práctica, ou seja, aglomerar esforços no sentido de permitir criar, utilizar e adaptar recursos educacionais abertos, que poderá passar pela criação de mais repositórios de REAs e por uma maior divulgação dos diversos aspectos envolvidos num REA, nomeadamente:
- Deve ter-se em conta o objectivo a que nos propomos alcançar com o nosso REA, assim como as características do nosso público-alvo;
- Saber encontrar e conhecer as ferramentas correctas para as aplicar no processo e saber construir o conteúdo adequado para aplicar no tempo exacto da aprendizagem.
- Saber conciliar um REA com o processo de ensino / aprendizagem.
- Conhecer os diversos tipos de licença que podem ser atribuídos ao recurso criado.
- Ter consciência de que a partilha depende da forma de publicação do REA.
- Saber adaptar um REA, que poderá passar por inserir e/ou remover um item, alterar a sequência das actividades, editar e misturar imagens, textos, áudio e vídeo, de modo a adaptar o REA ao estilo do educador e às necessidades dos alunos.
Mas esta minha incursão pelos REAs de e em Portugal deixou-me uma questão: o RAACP é disponibilizado gratuitamente às instituições científicas e do ensino superior na FCCN (Fundação para a Computação Científica Nacional) e, para o Ensino Básico e Secundário existem projectos deste tipo?